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Do preto e branco ao verde: Arquitetura sustentável

Por Yasmin Farias

  Das arquiteturas indústrias e do cenário cinza e grotesco da inicio da revolução industrial, chegamos às paisagens verdes. O fato da preservação ambiental estar em constante evidência atualmente foi um ponto importante para a nova conscientização do “verde”. A sociedade busca recursos sustentáveis para conseguir sobreviver por mais algumas décadas. Mas como em ambientes tão urbanos efetivar politicas de sustentabilidade principalmente no que tange a arquitetura?
  Por ser um conceito novo, surgido em meados de 1970, a arquitetura sustentável está adquirindo cada vez mais destaque e ainda se encontra em processo de transformação. Mais por uma necessidade em prolongar a existência do homem na terra do que por plena consciência do correto, a sustentabilidade é uma das pautas do governo que está aos poucos tomando medidas para torná-la mais acessível. Segundo Marla Wanderley, arquiteta, arquitetura sustentável visa em primeiro plano o meio ambiente, ou seja, toda a construção é voltada para os impactos ambientais que podem ser causados pela obra. Ela afirma que para ser uma arquitetura sustentável deve alterar minimamente o meio em que está inserido e utilizar a maior quantidade possível de elementos naturais garantindo um aproveitamento dos recursos e até mesmo criando uma consciência sustentável que já deveria está inserida desde a infância nas pré-escolas.
  Há todo um desenvolvimento ligado as transformações tecnológicas na arquitetura verde uma vez que os recursos são reduzidos, pelo menos nessa fase inicial. O uso da energia solar e eólica são umas das soluções mais utilizadas, mas até mesmo pequenos ajustes são bem-vindos como a posição de uma janela, por exemplo, ou até mesmo vidros duplos, que fazem a casa ficar mais fresca e dá uma maior iluminação ao ambiente reduzindo consideravelmente a energia que seria usada na iluminação e na refrigeração desses lugares. “Porém, por se encontrar ainda em desenvolvimento alguns desses recursos, podem sair um pouco mais caros, mas vai do consumidor gastar um pouco mais ou ter uma dor de cabeça depois.” Explica a arquiteta Wanderley.

  Além de todos esses benefícios, alguns especialistas, como Alexandre Melão sócio-diretor da incorporadora Ecoesfera, falam que em poucos anos as construções sustentáveis vão se valorizar, ou seja, os imóveis sustentáveis terão maior valor de venda e revenda. Com isso e por isso fica-se a pergunta: como vivemos tanto tempo sem ter noção da consciência sustentável? 
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#SugestãoDeMúsica


Por Alice Andrade

A música do Rio Grande do Norte já revelou vários nomes que se destacam nos âmbitos nacional e mundial. Exemplos disso são Marina Elali e Robertá Sá, nascidas em Natal e  admiradas em todo o país, tendo, até mesmo, músicas inseridas em trilhas sonoras de novelas.  

Atualmente, outros artistas locais também estão ganhando mais destaque e presenteando o público com belas vozes e canções. Uma delas é Camila Masiso, que iniciou sua carreira solo em 2009. Ela figura entre os cantores do cenário potiguar com talento de sobra para maravilhar todo o Brasil. Em 2010, após seu primeiro trabalho autoral, o disco Boas Novas,  ela foi finalista do MPBeco (Festival de Musica do Beco da Lama), representou o seu estado no Festival das Rádios Públicas (ARPUB) e foi indicada ao prêmio Hangar 2010 na categoria “Intérprete Revelação”.

Além disso, Camilla também encanta internacionalmente. Em 2012, a parceria com o cantor italiano Pheel Balliana rendeu frutos. Eles apresentaram o espetáculo “Que Maravilha” em Natal, o que resultou num convite para uma turnê pela Europa. Seus shows aconteceram na Itália, Áustria, Eslovênia e Espanha. 

Diante disso, o MultArt indica a cantora como sugestão de música de hoje. No próximo dia 30/05, ela estará na quinta edição do projeto Grandes Encontros Musicais de Natal, no Teatro Riachuelo, com a participação de Roberto Menescal. Confira abaixo duas das músicas de Camilla e, caso queira saber mais sobre ela, a cantora também está nas redes sociais.




Camila Masiso - João Envergonhado






Camila Masiso - O Amor


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Okaeri Minna-san!


*seja bem-vindo, pessoal
Por Vitória de Santi

            Eu confesso, quando se trata de animes e mangás, sou (bem) leiga no assunto. Nunca tive vontade ou interesse algum, mesmo com minha irmã – que é viciada neles – praticamente todo dia tentando me apresentar algum anime que tenha assistido ou um novo mangá que tenha lido. E para escrever aqui a respeito, tive que fazer uma extensa pesquisa e mergulhar de cabeça nesse novo mundo, já estou praticamente falando japonês. Brincadeira, claro que não.
            Mangá significa, literalmente, história em quadrinhos. Mas também, é uma palavra que adquire sentidos diferentes dependendo de quem a utiliza. Para os japoneses, mangá é mesmo qualquer história em quadrinhos, mas para nós, ocidentais, mangá é qualquer história em quadrinhos que foi produzida no Japão. Percebeu a diferença? O mesmo acontece para anime. Anime significa animação. Para os japoneses é qualquer animação, mas para os ocidentais é qualquer animação que foi produzida lá.
            Mangás e animes encontram-se intimamente ligados, pois a partir de mangás são criados animes e o contrário também acontece, a partir de animes são criados mangás. Por estar tão relacionados, sua classificação acontece da mesma forma, os gêneros existentes são usados para caracterizar tanto os animes quanto os mangás.
             Entre a grande quantidade de gêneros, destacam-se doze: shounen, shoujo, mahou shoujo, seinei, josei, kodomo, mecha, ecchi, hentai, yaoi, yuri e kemono. É importante deixar claro que quase nunca um mangá ou anime possui apenas um gênero. Eles podem possuir um gênero predominante, é verdade, mas sempre mais de um gênero está presente. Por exemplo, um anime que envolve luta e robôs mistura dois gêneros: shounen com mecha.
            Um anime ou mangá caracteriza-se como shoujo a partir do momento que retrata na sua história algum relacionamento entre os personagens, seja um romance ou uma amizade, por exemplo. É muito comum os shoujos se passarem num ambiente escolar e mostrarem o dia-a-dia dos personagens, além disso, a maioria deles possuem um final feliz. 
Como exemplos de shoujo, há o famoso anime Lovely Complex, Lucky Star, Nana e K-On. Uma variação do shoujo é mahou shoujo, que é, basicamente, um shoujo, só que possui um personagem principal – geralmente feminino – com poderes mágicos. O mahou shoujo que mais se destaca é Sailor Moon, mas Sakura Card Captors também é bastante valorizado. Sendo, geralmente, um shoujo, mas protagonizado por um casal gay masculino, é o gênero yaoi, como acontece em Junjou Romantica. E há também yuri, que é como o gênero yaoi, só que o casal gay é feminino.
(Foto: silence-in-the-dark.blogspot.com.br)

(Foto: animeq.com.br)
Um dos gêneros que faz mais sucesso é shounen, que originalmente, destinava-se a meninos e envolve lutas, guerras entre o bem e o mal, seres sobrenaturais ligados a mitos japoneses, demônios e novos mundos. Os shounens podem ser divididos entre aqueles que se desprendem totalmente da realidade e aqueles que mantêm parte da realidade, mas há a existência de um novo mundo. Como exemplos de shounen, podem ser citados Naruto, One Piece, Bleach, Cavaleiros do Zodíaco, Dragon Ball, Samurai X e Inu Yasha.

(Foto: aberturasdenaruto.blogspot.com.br)

(Foto: animeai.com.br)
O gênero que faz com que o leitor saia da sua zona de conforto e reflita a respeito dos mais diversos assuntos é o seinen, que exibe a realidade, real ou imaginária, de forma crua e densa e, normalmente, não apresenta um final feliz. Como exemplos de seinen há Berserk, Vagabond, Mushishi e o mangá Solanin. 
(Foto: http://soliguettiblog.blogspot.com.br)


Um gênero disponível apenas através dos mangás é o edumangá. Nele, são transmitidas informações a respeito de uma matéria específica a seus leitores. Assim como nos animes, onde fatos da história real são passados através de personagens e enredos.
            Outro gênero existente é o ecchi, no qual é possível encontrar tiradas e um humor relacionado ao sexo, além de características na forma física das personagens ou em suas roupas. Não chega a ser pornográfico, mas possui um apelo sexual notável. Alguns ecchi são: Love Hina e High School of Dead. Já o hentai é uma versão bem mais forte e explícita do ecchi, pois tem como objetivo realmente mostrar cenas pornográficas.
            Como foi explicado anteriormente, mangás são histórias em quadrinhos. Sua origem é datada no século 8, onde eram escritos em rolos de papel e suas histórias eram narradas com a escrita e o uso de imagens, só que nessa época, as imagens apenas serviam como mera ilustração, não tendo grande importância como nos dias de hoje. Posteriormente, os mangás passaram a ser produzidos em livros e foram evoluindo cada vez mais até chegar à forma pela qual conhecemos atualmente.
            No Japão, os mangás são publicados em revistas. Em cada edição delas, são publicados mais de um mangá, sendo apenas um capítulo destinado a cada um deles. Deu para perceber que a publicação de mangás no Japão acontece de forma diferente da do Brasil, certo? Aqui no Brasil, os mangás são vendidos separadamente, em volumes, no qual há mais de um capítulo. 
Quanto à estética, as páginas dos mangás são em preto e branco, sendo raras as páginas coloridas, que são comuns apenas quando são feitas edições especiais. E quanto às suas características, os mangás têm que ser muito bem trabalhados quando se trata das expressões faciais, porque como não possuem o artifício da voz, como os animes, para expressar as falas e os sentimentos dos personagens, as expressões faciais têm que expressar muito bem o que o autor quer dizer para que o leitor compreenda. Outra característica marcante é o traço dos desenhos, é possível diferenciar os mangás por gêneros através da observação dos traços. Por exemplo, os mangás do gênero shoujo possuem traços mais delicados e trabalhados. Por último, é notável também a representação dos cenários de cada cena apresentada no mangá. Alguns mangakas (desenhistas de mangá) prezam por representar a paisagem que acontece numa cena tal como ela é na vida real, é comum você observar num mangá o desenho de alguma parte de uma cidade japonesa. E não poderia deixar de citar também, a forma que a leitura do mangá acontece. Ao contrário de nós, ocidentais, que lemos no sentido da esquerda para a direita, os mangás são escritos para serem lidos no sentido da direita para esquerda.

(Foto: animevice.com)

(Foto: punynari.wordpress.com)
(Foto: pt.wikipedia.org)

Em relação ao anime, é muito comum, que eles surjam depois de um mangá. Ou seja, grande parte dos animes são baseados em mangás. Os animes são divididos em episódios que formam, por sua vez, temporadas. Pode acontecer de animes conterem episódios fillier. Fillier, para quem não sabe, é quando no anime ou mangá há cenas diferentes ou totalmente novas da obra original, geralmente o público não gosta de episódios que não são fiéis aos originais, mas pode acontecer do filler ser bem melhor que a historia baseada. Além do anime, podem ser lançados também filme e OVA’s. Quanto a OVA, funciona como um extra do anime, podendo mostrar o que acontece antes do início da história ou depois do fim da história.
Uma característica muito importante e marcante do anime são as vozes dos personagens. Geralmente, só a partir da voz do personagem você já consegue pensar em como esse personagem é, quais as características dele ou até mesmo como é o comportamento e o temperamento dele. A voz é, portanto, muito influente no anime. Além disso, as expressões faciais são importantes também, com aqueles típicos símbolos que expressam o sentimento do personagem, se com raiva, com alegria ou com tristeza.
Aqui no Brasil, principalmente nos últimos anos, os animes e mangás conquistaram muitos fãs, os chamados otakus, que são aqueles que acompanham os lançamentos e estão por dentro de tudo o que diz respeito a esse assunto. Para conectar-se mais ainda com essas obras, os otakus realizam o que é denominado cosplay, que nada mais é do que se caracterizar de acordo com um personagem e, portanto, entrar no mundo em que o mesmo faz parte.


(Foto: bitsmania.com.br)

É notável o que os japoneses conseguem produzir e expressar através dos animes e mangás. Esse trabalho é de notável diversidade e isso mostra a capacidade que essas obras possuem de atingir todo e qualquer público, independente de sexo ou idade, valorizando características da tradição japonesa, tal como cenário, costumes, hábitos, expressões, enfim, a realidade japonesa pode ser vista nessas obras, sendo expressa de forma discreta ou não. É então evidente a rica cultura que o Japão possui, pois a produção de mangás e animes é um setor que cresce e evolui a cada ano, tornando-se popular não só no Japão como em outros países, como é o caso do Brasil.
            

























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O PODEROSO CHEFÃO DA MÁFIA: AL CAPONE. CONHEÇA SUA LENDÁRIA HISTÓRIA


Um dos gângsteres mais inescrupulosos que já se existiu, um dos mais lembrados, um dos mais comentados, um dos melhores no que fazia.  
                                                                                                         Por Anderson Maciel

Filmes de gângsteres sempre foram lembrados de bom grado a frente de seu público ao mostrarem a cruel realidade das ruas e apresentarem, de maneira habilidosa e impactante, personagens marcantes que virariam lendas na história do cinema. Por exemplo, Don Vito Corleone, representado por Marlon Brando em O poderoso chefão (1972). Mas, muito além da simples ficção, existiram diversos mafiosos que costumavam deixar um rastro de sangue por onde passavam quando eram atrapalhados por um desafeto. Al Capone era um deles. Em Os Intocáveis (1987), ele é magistralmente interpretado pelo ator Robert De Niro, contando uma pequena parte de sua vida quando está prestes a ser preso pelo menor de seus crimes. Neste vídeo, De Niro é Al Capone numa das cenas mais clássicas da vida do mafioso, quando descobre que foi traído por um comparsa e o ataca com um taco de beisebol. 

Alphonsus Gabriel Capone, conhecido mundialmente por Al Capone, de nacionalidade ítalo-americana, nasceu em 17 de janeiro de 1899 no Brooklyn, em Nova Iorque. Embora se pense que a maioria esmagadora de criminosos se formava a partir de origens educacionais miseráveis, Al Capone fugiu a essa regra porque fazia parte de uma relativa família tradicional isenta de um passado negro. Seu pai, um homem de boa educação, vindo de Nápoles, na Itália, junto com sua mãe, trabalhava como barbeiro para sustentar a família. 
Eles vieram para os Estados Unidos e se instalaram no Brooklyn pouco antes de seu filho mais famoso nascer. Os dois acabaram por residir em um cortiço, de vizinhança perigosa e rodeada de crimes, prejudicial para quem quisesse seguir um caminho qualificado na vida, o que era o caso da família Capone, cumpridora fiel das leis impostas e da ordem estabelecida. Foi na escola, porém, que Al Capone deu os primeiros passos para a “profissão” a qual resolveu seguir, quando, aos 14 anos, agrediu uma professora, tendo como consequência sua expulsão da escola e, após esse episódio, nunca mais retornou aos estudos. Depois de um arranhão na sua bochecha esquerda, tempos depois, ocasionado por um jovem bandido com uma navalha, Al Capone ficou conhecido também como Scarface.
(Foto: nps.gov/museum)
O Scarface conheceu Johnny Torrio, um gângster de enorme influência no mundo do crime. Torrio mudou-se para Chicago em 1909, convidando Capone para viver na cidade quando tinha apenas 22 anos, e ele não demorou muito a revelar seus talentos para os delitos. Estes foram concentrados e relacionados com a Lei Seca, iniciada em 1923, que proibia a compra e venda de bebidas alcoólicas, quando o mafioso resolveu infligi-la, tornando-se, posteriormente, o crime mais lembrado na história do mafioso até os dias de hoje, por ter sido abordado, principalmente, no filme Os Intocáveis. Dois anos depois, Torrio se aposentou e Al Capone tomou seu lugar nos negócios, controlando jogos de azar, bordéis, casas noturnas, local onde era comum a prostituição, e, indo na contramão da nova lei implantada, comercializava bebidas alcoólicas, expandindo seu território em detrimento de gangs rivais. Para não ser pego pelas autoridades, comandava seus trabalhos num escritório disfarçado de loja de antiguidades. Ele estava sempre precavido contra seus inimigos que o ameaçavam: seu carro era blindado, possuía oito guarda-costas que não o largavam e preferia fazer viagens noturnas, arriscando-se à luz do dia somente quando era de extrema importância para seus lucros. Tudo o que era fora da lei e contra ela, Al Capone estava envolvido de maneira magistral.
A repressão em Chicago o fez mudar de planos a fim de transferir seus negócios para a cidade de Cícero. Lá, com o auxílio de seus irmãos, se infiltrou no governo e na polícia – era mais uma característica do mafioso. Capone subornava as autoridades: comprava juízes e jurados em favor próprio, atitudes marcadas para sempre em seu currículo. Na cidade para a qual transferiu seus negócios, assumiu cargos de liderança no governo, além de controlar suas atividades mais lucrativas, como a administração de bordéis e jogos de azar. Ele sequestrava adversários políticos e ameaçava os eleitores, e, assim, acabou sendo eleito na cidade. Capone, apesar de não transparecer ser um homem violento, deixou algumas vítimas, como foi o caso quando seu amigo Jack Guzik foi agredido. Indignado, matou o agressor e, como em vários outros casos, não foi punido pelo assassinato.
     Diferente da maioria dos criminosos da época, Al Capone gostava de ser notado. Mudou-se para o pomposo Hotel Metrópole para se tornar mais conhecido, local onde ocorriam festas com a imprensa, e, além disso, começou a ser visto em óperas. Sua extravagante maneira de se vestir também chamava a atenção do seu público: se vestia luxuosamente, utilizando de ternos bem cortados e coloridos, vestindo somente camisas de seda. Um homem com grife na aparência, e só nela.
   Mais mortes estariam por vir quando ele, junto com seu velho amigo Frankie Yale, se envolveu no contrabando de uísque em Chicago. Naturalmente, inimigos surgiriam, o que não foi empecilho para o gângster, que os aniquilou no chamado Massacre Clube Adonis. O contrabando o deixava muito bem financeiramente e socialmente, até a morte de Billy McSwiggin por seus capangas. Capone não levou à culpa pela tão repetida falta de provas, porém começou uma série de protestos contra a violência e o público se voltou contra aquele homem extremamente extravagante. E, assim, com o empurrão moral dos filantropos contra a violência, investigações minuciosas foram feitas, mas sem sucesso. Capone entregou-se eventualmente à polícia porque sabia que não poderiam prendê-lo devido o fato de ninguém possuir uma prova concreta que o culpasse pelos seus crimes. O mafioso então deu um tempo em sua rotina perigosa, pregando a paz e o amor em Chicago. Mas não demorou tanto assim para que ele voltasse a fazer o que bem queria. Em maio de 1927, a Suprema Corte programou uma lei em que um contrabandista não estaria isento do pagamento de impostos. Isso foi, talvez, a primeira página da sentença de morte de Al Capone.
  O mafioso, acompanhado de sua esposa e filhos – ele havia se casado em quatro de dezembro de 1918, tendo o primeiro filho no mesmo ano – mudou-se para Miami onde comprou a propriedade Palm Island, dando a oportunidade de a polícia investigar seus gastos, o que foi complicado para ela, pois Capone sabia esconder suas despesas exorbitantes e gastava apenas o dinheiro que ganhava legalmente. Capone, entretanto, tinha um problema ainda maior. Sequestros no transporte de uísque o atrapalharam consideravelmente. Frank Yale, antes grande amigo, também estava interferindo e atrasando seus negócios no ramo da bebida. Resultado: Yale foi brutalmente assassinado, vítima de uma metralhadora.  Al Capone também esteve ocupado com gangs rivais, que, no decorrer do tempo, sempre se apresentaram como um perigo iminente contra o mafioso. Resultado? Mais uma aniquilação, no que ficou conhecido como “O Massacre do Dia de São Valentim”.
(Foto: Veja)
Como todo criminoso histórico e inesquecível, Al Capone tornou a ser preso quando finalmente provas reunidas por Andrew Mellon foram lançadas à tona na direção do seu crime mais leve: a sonegação de impostos. Anteriormente falado, a lei que o obrigava a pagá-los foi essencial para sua prisão, levando-o à loucura e, posteriormente, a morte. Eliot Ness aparece em destaque no filme Os Intocáveis como o responsável pela sua prisão, o que não condiz com a realidade, embora, com o sucesso do filme, muitos tenham pensado dessa forma. Assim também retratado no filme, mas agora se relacionando com a realidade, Ness reuniu uma equipe à procura de provas contra o gângster mais desejado pelos presídios estaduais. Tempos depois, enfureceu o calmo e transparente mafioso expondo violações na sua indústria de contrabando, ocasionando-lhe um prejuízo incalculável. Antes da sua prisão definitiva, porém, outra foi decretada, em frente a um cinema, na Filadélfia, por porte ilegal de armas, mas, depois das regalias e luxos que obteve na penitenciária, logo se safou como já era de rotina.
            A segunda prisão foi marcante. Um júri federal acusou Capone de não pagar um grande valor em impostos. Depois de uma longa e cansativa investigação, foi determinada a evasão fiscal que chegou a um valor maior que 200 mil dólares. Capone e o resto de sua gang foram acusados de inúmeros crimes de violação relacionados. Para o julgamento, mudanças deveriam ser introduzidas para se fazer justiça. Havia a possibilidade de Capone, com toda sua influência e brutalidade, ter subornado todo o júri, por exemplo, que foi alterado na hora da agonia para o mafioso, que ficou surpreso ao perceber a troca iminente. Sua defesa era cômica: dizer que não possuía renda quando, ao mesmo tempo, vestia-se impecavelmente com suas roupas caríssimas. Após um acordo entre advogados, o gângster aceitou se declarar culpado por uma pena mínima, o que não ocorreu. Foi condenado a 11 anos de prisão, em 18 de outubro de 1931. Cumpriu somente sete anos de detenção, porém saiu da prisão com sífilis e alterado mentalmente, simplesmente irreconhecível. Morreu devido a um derrame cerebral em 1947, em Palm Island. 
(Foto: http://man-trends.com)
Al Capone nunca fez doações consideráveis a instituições de caridade, nunca se preocupou notavelmente com os outros nem muito menos deixou vivo quem não merecesse, e, apesar disso, é lembrado como uma lenda em um sentido positivo. É fácil imaginar como o mentor de vários crimes possa ter se tornado uma figura inesquecível.
Nas redes sociais de hoje, é mencionado como se sua história se resumisse em atos de heroísmo e bondade. Alguns fatores são essenciais quando se quer compreender essa questão: ele se destacou com sua extravagante maneira habitual de se vestir, um dos fatores para ser tão querido durante tanto tempo.
 Além disso, os excelentes filmes com sua biografia ou mesmo pedaços de sua vida foram apresentados como sensacionais para o público sedento por sangue, o que talvez realmente tenha sido, pois boas histórias de conflito e o charme inexplicável que a máfia apresenta animam os “fãs” na maioria dos casos. Documentários e relacionados não faltam e facilmente podem ser encontrados. Só pela tensão de todo vídeo quando se trata do mafioso, percebe-se o que esse homem foi capaz enquanto vivo. Assim, quando se fala no termo “máfia”, o primeiro nome que vem à mente é de Alphonsos Gabriel Capone, que, por sinal, está bem longe de ser o melhor e o detentor da marca da maior lista de vítimas, mas, por sua personalidade forte, é lembrado como o melhor mafioso de todos os tempos.







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#DicaDeVídeo

Arte sustentável

A questão da sustentabilidade tem sido foco da maioria dos debates atualmente. Formas de preservar o meio ambiente de modo a garantir a saúde do planeta e, consequentemente, de todos os seus habitantes são almejadas por grande parte das pessoas. Nesse sentido, fazer artesanato de uma maneira a qual possa ajudar a natureza e, ainda assim, produzir lindas peças é um trabalho admirável.

Confira o vídeo da TV Câmara de Belo Horizonte que mostra a arte de Andréia, uma auditora fiscal que, nas horas vagas, transforma objetos que iam para o lixo em belas peças para deixar sua casa mais bonita:







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É de barbarixá, é de balacubaca

Quer aprender? Pegue uma latinha e bate uma na outra
Brena Queiroz

            “Que som é esse, mano, que o povo tá dançando e vem de lá pra cá?” Ivete Sangalo pode até estar fazendo referência ao berimbau metalizado, mas essa quase descrição se encaixa perfeitamente quando falamos do axé! A saudação religiosa no candomblé e umbanda – que designa energia positiva – virou ritmo na década de 80, especialmente na Bahia.  Numa mistura de frevo, reggae, merengue, forró, maracatu e ritmos afro-brasileiros, a música tomou as paradas de sucesso além de ser marca registrada de todo carnaval.          
            Muitos podem achar que a história começou naquela década, mas as origens do axé ultrapassam os 30 anos precedentes.
(Foto: carnavalemsalvador.net)
Tudo começou nos anos 50, quando Dodô e Osmar começaram a tocar frevo na guitarra elétrica em cima de um carro, o Fobica. Nascia então o trio elétrico, a atração dos carnavais. Tempo depois, Morais Moreira, que participava da banda Novos Baianos, teve a mesma ideia de subir em um trio, só que dessa vez para cantar. Ao passo crescente da popularidade dos trios,crescia – em paralelo – a proliferação dos blocos afro, que tocavam e misturavam os ritmos africano e brasileiro, com a batida do maracatu e do samba. As bandas Araketu e Oludum foram os grandes sucessos. O Olodum, que de início era uma banda, foi o primeiro bloco afro de grande porte a desfilar na Barra. Isso ocorreu especificamente em 1988 e teve alusão ao centenário da abolição da escravatura no Brasil.

                Tempos depois, surgiu o samba-reggae, afirmando a negritude e fazendo o maior sucesso em Salvador. Outros grandes artistas que surgiram na época foram Tonho Matéria, Luíz Caldas, a banda Reflexus, Margareth Menezes – a primeira a engatilhar carreira internacional – e a saudosa banda Chiclete com Banana, tradição de muitos brasileiros até os dias atuais.
(Fotos: queroabada.com.br; guiadasemana.com.br; culturabaiana.com.br)
            Em 1992, o Araketu fez mixagem eletrônica nos tambores e criou um disco que foi lançado apenas na Europa. No mesmo ano, quem fez o Brasil se render ao axé foi Daniela Mercury, que lançou o sucesso“O Canto da Cidade”.É importante lembrar que esses precursores ajudaram a abrir as portas para as novas bandas, como Asa de Água, Ricardo Chaves e Banda Eva, que revelou a artista citada no início do texto, a saudosa Ivete Sangalo.



            Com isso, o axé se fortaleceu como indústria cultural e ficou cada vez mais comum novas bandas aparecerem com alternativas para a música baiana. Quem conseguiu fazer isso muito bem foi a Timbalada, liderada por Carlinhos Brown, que resgatou o som dos timbaus - os mesmos instrumentos utilizados nos terreiros de candomblé, alicerçando cada vez mais o significado do ritmo.
Formação original do É o Tchan.
(Foto: correiodeuberlandia.com.br)

            Há 18 anos, em 1995, um grande sucesso estourou no ramo. O grupo Gera Samba lançou a música É o Tchan. O hit marcou a geração daquela época que, envolvida pelo ritmo, seguia à risca a coreografia. O sucesso foi tão grande que o grupo foi renomeado com o nome da canção e vendeu mais de um milhão de discos.
            Não só o Tchan balançou o brasileiro naqueles anos. O cantor Netinho e o grupo Terrasamba, por exemplo, também disputavam o mercado. A exposição do ritmo e das bandas nos meios de comunicação foi tão grande que a indústria esgotou e a venda de discos diminuiu.
Nos últimos 13 anos, alguns dos velhos artistas se coroaram como nomes do axé. Ivete Sangalo, por exemplo, apareceu em destaque no início de 2001 com a música “Festa” e nesse ano lançou a música “Dançando”, o novo sucesso da cantora. Quem também cresceu nesses anos foi Claudia Leitte que, no início, era vocalista do Babado Novo. Nos últimos meses Claudinha – como é chamada – lançou o hit “Largadinho”, sucesso em todas as rádios e festas. Outros sucessos pertencem à Banda Beijo (hit Bate Lata), Asa de Águia (Quebra aê) e Daniela Mercury (MaimbêDandá).
            Não se pode esquecer dos novos nomes dos últimos 3 anos. Léo Santana, vocalista do Parangolé, lançou os sucessos “Rebolation” e a “Dança do Arrocha”. A banda Leva Nóiz foi sucesso absoluto nos carnavais de dos últimos anos com o hit “Liga da Justiça”. E o mais recente de todos foi o “Ziriguidum”, da recente Filhos de Jorge. A canção envolvente não ficou para trás e foi interpretada por bandas de ritmos diferentes.
            É importante salientar que, mesmo que se lembre da Bahia quando ouvimos falar do axé, nem toda canção produzida lá é desse gênero, da mesma forma que não é só nesse estado que se produz esse tipo de música. O axé é característica nordestina e não encanta ou influencia somente os conterrâneos, mas a todos os brasileiros que são ecléticos e que gostam de um gingado. 



Quer curtir um pouco mais do axé? Confira a playlist com os principais sucessos! 



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Caipira? Nem tanto!


Com tantas mudanças e tantas variações no subgênero sertanejo, ele nem mais aparenta o estilo rústico do passado
Por Natália Medeiros

            Quando ouvimos o termo “música sertaneja”, o que logo vem à cabeça é uma dupla com uma viola e um acordeom cantando músicas melancólicas. Esse estilo musical é marcado pela melodia simples e pode até ser um pouco dançante, semelhante à música caipira.
            Em algumas perspectivas do âmbito musical, a música caipira e a música sertaneja, são gêneros diferentes. Isso porque o primeiro seria feito por homens verdadeiros do campo e seria autenticamente a canção rústica, ou “Sertanejo Raiz”. Já o sertanejo de hoje, seria uma “urbanização” do anterior, produto de consumo dos centros comerciais e nem sempre vindo de pessoas do campo.
            Desde 1910, os caipiras (moradores interioranos principalmente de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Tocantins) utilizavam instrumentos típicos da roça, como a viola, e formavam duplas para cantar, especialmente em suas festas locais. Após 1929, o estilo começou a tornar-se mais romântico e mais parecido com o que conhecemos hoje. 
(Foto: Portal Armazém do Músico)
            A explosão da Jovem Guarda, na década de 1960, trouxe consigo um dos maiores cantores de música sertaneja do Brasil. Sérgio Reis, com mais de 50 discos gravados, foi um marco na história desse gênero. Com suas canções apegadas ao estilo tradicional, ele revolucionou o sertanejo e o deixou com um repertório mais diversificado.
            No entanto, seu auge foi na década de 1980, com a explosão dos sucessos Chitãozinho & Xororó e Leandro & Leonardo, que as portas da mídia se abriram para a música sertaneja. As músicas, já mais voltadas para os temas amor e traição, ganharam mais espaço nas rádios e destaque no Brasil. E foi em 1991 que Zezé Di Camargo e Luciano, lançaram seu primeiro disco. “É o amor” logo fez sucesso em todo o país, atraindo mais público para esse subgênero musical.
            Contudo, mesmo com a popularização desse estilo, o aparecimento de outros gêneros musicais fez com que ele ficasse um pouco de “escanteio” durante alguns anos. Mas na década de 2000 surgiu o fenômeno do sertanejo universitário, conquistando novamente os palcos e o povo brasileiro (visto que é um ritmo existente apenas aqui). Guilherme & Santiago, Jorge & Mateus, Victor & Leo, Fernando & Sorocaba, Luan Santana, Bruno & Marrone, entre outros, são alguns representantes desse novo estilo musical, que de “caipira” anda um pouquinho longe.
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#Opinião


A LUTA CULTURAL DO SAMBA DE RAIZ VERSUS O MASSACRE CULTURAL DE MASSA
            Embora tenha conteúdo extremamente melhor e mais abrangente, a cultura natural do samba acaba por perder para injusta e ridícula cultura apresentada e divulgada pela mídia
                                                                                                        Por Anderson Maciel

O samba é um ritmo musical genuinamente brasileiro. Nasceu na Bahia, no século 19, enraizada nas culturas africanas provenientes da escravidão, a qual teve seu fim na mesma época histórica, mas se popularizou principalmente no Rio de Janeiro, lugar onde até hoje é unânime entre seu povo. 
No início, praticado pelos negros, preconceitos naturais da época surgiram e pessoas que manifestassem seu carinho pelo samba eram perseguidas e presas. Suas extensões magníficas vão do carnaval, surgido na Europa e trazida pelos portugueses, até rodinhas de samba proporcionadas pelos praticantes dessa arte. Esse estilo de vida possui um público fiel constante com o passar dos tempos. O carnaval, hoje, talvez seja a maior manifestação desse ritmo no Brasil.
(Foto: ARQUIVO/AGÊNCIA ESTADO)
Os principais instrumentos do samba são o tão conhecido pandeiro, o cavaquinho, a flauta e o violão. Dentre os principais nomes do chamado samba de raiz, estão Nelson Cavaquinho, Beth Carvalho, Chico Buarque, Tom Jobim e Adoniran Barbosa. Vale ressaltar que falo do velho e bom samba de raiz, e não da porcaria criada nos dias atuais, onde o samba de raiz se transformou abominavelmente em uma espécie de “samba-pagode”. Para melhor interpretação do primeiro, é necessário escutar o que seria. Vídeos não faltam, e aqui uma das mais famosas dessa história e escutadas até hoje, na voz de Adoniran Barbosa, um dos ícones do samba, a lendária música “Trem das onze”, de 1964.



O samba sempre foi e será diversificado, mas algo preocupa. Segundo o estudante de música da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), Emerson de Oliveira, o samba de raiz nunca perderá espaço no Rio Grande do Norte nem muito menos no Brasil em geral, principalmente em seus polos, porque é algo entranhado culturalmente no povo brasileiro. Ele ainda afirma que o ritmo está em completo movimento, isto é, sempre se transformando, com grupos surgindo e crescendo, porém nem sempre para melhor.
O problema está justamente na maldita cultura de massa imposta pela mídia em geral. Nomes bizarros do samba, que, por parte deles, talvez nem merecessem essa designação, são colocados acima de qualquer outro elemento do passado ou até do atual. Por incrível que possa parecer, existem bandas que fazem boa música na extensão sambista na atualidade.
Mas, infelizmente, a mídia não divulga esses bons nomes e apenas aquele cantor bonitão, que talvez faça sucesso com seu público, é mostrado em detrimento de outros melhores. Um bom samba, até divulgado pela mídia, algo raro, é resumido, hoje, na banda “Sambô”, em que os músicos que dela fazem parte buscam canções do passado e as colocam no ritmo do samba. Um exemplo sensacional é a versão de “pais e filhos”, de autoria da banda de rock “Legião Urbana”. Admirável trabalho. Resumindo, bandas boas deveriam ser mostradas e transformadas em cultura de massa finalmente, algo distante, porém jamais impossível.


No que abrange o Rio Grande do Norte, não é novidade que não temos grandes nomes no mundo do samba em geral. Faltam boas estruturas de bom desenvolvimento do músico interessado, e o revés da afirmação anterior: músicos completamente desinteressados em ficar em um estado do país onde grande parte do povo apenas admira profissionais vindos de fora.
De acordo com Emerson, outro fator responsável pela falta de grandes músicos, compositores e lugares para esse estilo, é a perda massacrante para outro ritmo: o forró. Não é de se culpar, é claro, já que o forró é um ritmo culturalmente nordestino, mas seria quase uma obrigação abrir espaço para o estilo do Brasil: o samba, ou samba de raiz, no caso. Aqui, os chamados corajosos têm que se virar para viver dessa profissão de orgulho, ou seja, o cantor ou banda tem que se virar de qualquer jeito, onde um dos únicos lugares é o bairro lendário da Ribeira, uma rota alternativa para pessoas alternativas. Um público bastante limitado, no entanto.
A Ribeira, por mais que tenha seus espaços culturais para os artistas, infelizmente não é suficiente em nível de conhecimento de todo um povo, e acaba perdendo em lucros para a zona sul e suas casas de shows de Natal. Eles saem da cidade e do estado, buscando melhores condições de trabalho e salário, parecendo até um momento de hospital do RN.
Incentivos? Existem, mas são tão poucos por parte do governo que dá até vergonha. De vez em quando e somente isso, o Circuito Cultura da Ribeira é mostrado, porém, mesmo assim, a cultura de massa se impõe para acabar com tudo, quando propagandas são excessivamente mostradas, nos jornais, rádios ou em outro lugar qualquer, e, como vem de fora, enchem os olhos dos natalenses e os fazem pagar caro para ver talvez algo de menor qualidade do que poderiam ver na Ribeira.



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#SugestãoDeCinema

A sétima arte no país de  Ahmadinejad 
O cinema no Irã tem crescido significativamente. Obras do país já foram premiadas em festivais de cinema internacionais, como o Festival de Cannes
Por Alice Andrade

Contar uma história, divertir, emocionar, intrigar, assustar, surpreender e entreter. Esses são, geralmente, os objetivos mais comuns de uma produção cinematográfica. Na nossa terra do futebol inglês, o cinema é inegavelmente americanizado. A maioria dos filmes aos quais temos acesso aqui no Brasil são americanos, o que nos faz ter pouco contato com  produções de outros países. 

Além disso, exceto em cursos especializados ou a partir da curiosidade particular, é raro tomarmos conhecimento sobre a história do cinema de uma forma geral. Isso faz com que, muitas vezes, percamos a oportunidade de apreciar obras excelentes.

Nesse contexto, vale salientar o papel de um país que está em constante crescimento no aspecto cinematográfico: o Irã. Nos últimos tempos, o cinema iraniano está conquistando cada vez mais espaço nas exibições ocidentais. Apesar da censura interna pela qual as produções são submetidas, longas-metragens como O silêncio (Mohsen Makhmalbaf) e A Cor do Paraíso (Majid Majidi) ainda encantam o público.


Mohsen Makhmalbaf, cineasta iraniano (Foto: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro)
De acordo com Alessandra Meleiro, em seu livro O Novo Cinema Iraniano - Arte e Intervenção Social, as temáticas mais abordadas nas produções iranianas são  relacionadas à sua realidade social. Os filmes, ainda, demonstram certa pureza e inocência na abordagem de determinadas questões, visto que grande parte deles são voltados para a formação de crianças e jovens.

Capa do livro de Alessandra Meleiro (Foto: germinaliteratura.com.br)
No entanto, algumas das obras que retratam mazelas sociais e fazem denúncia a problemas pertinentes no Irã não recebem autorização do governo para exibição interna. Elas são, porém, levadas a outros países e instigam os apreciadores da cinematografia a conhecer mais sobre a história iraniana. Um exemplo disso é o filme O Círculo, do cineasta Jafar Panahi, que trata-se de uma denúncia contra os preconceitos sofridos pela mulher no Irã e aborda a temática da prostituição.

Dessa forma, o Espaço MultArt sugere alguns títulos de produções desse país que tiveram impacto internacional e também foram exibidas no ocidente.  A sugestão é válida para todos que gostam de cinema, boas histórias e que têm curiosidade a respeito da realidade iraniana. Confira:


O silêncio (Mohsen Makhmalbaf):

 - "A história de um garoto cego que vive em uma vila do Tajiquistão e trabalha como afinador para um velho fabricante de instrumentos. Pressionado por ameaças constantes de despejo, o garoto tenta conseguir dinheiro para salvar a moradia da família, porém, sua audição sensível transcreve o conflito para um universo sonoro-poético que o faz descobrir o mundo e a si mesmo".


O Círculo (Jafar Panahi):
- Fala sobre a realidade das mulheres iranianas e a questão polêmica da prostituição no país.



Kandahar (Mohsen Makhmalbaf):
 - O filme foi o primeiro   a documentar a realidade do Afeganistão durante o regime dos talibãs.




Ten (Abbas Kiarostami): 
 - Conta a história de Mania Akbari, uma mulher divorciada que cria seu filho com dificuldades. Em seu carro, dá carona à pessoas que contam suas histórias.



O Balão Branco (Jafar Panahi):
 - "A pequena Razieh começa a descobrir que o mundo fora de seu quintal não é tão maravilhoso. A menina sai de casa para comprar um peixinho dourado para as comemorações do ano novo iraniano, mas passa apertos para conseguir seu objetivo. Ela ainda encontra adultos mal intencionados. "

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