#SugestãoDeCinema

A sétima arte no país de  Ahmadinejad 
O cinema no Irã tem crescido significativamente. Obras do país já foram premiadas em festivais de cinema internacionais, como o Festival de Cannes
Por Alice Andrade

Contar uma história, divertir, emocionar, intrigar, assustar, surpreender e entreter. Esses são, geralmente, os objetivos mais comuns de uma produção cinematográfica. Na nossa terra do futebol inglês, o cinema é inegavelmente americanizado. A maioria dos filmes aos quais temos acesso aqui no Brasil são americanos, o que nos faz ter pouco contato com  produções de outros países. 

Além disso, exceto em cursos especializados ou a partir da curiosidade particular, é raro tomarmos conhecimento sobre a história do cinema de uma forma geral. Isso faz com que, muitas vezes, percamos a oportunidade de apreciar obras excelentes.

Nesse contexto, vale salientar o papel de um país que está em constante crescimento no aspecto cinematográfico: o Irã. Nos últimos tempos, o cinema iraniano está conquistando cada vez mais espaço nas exibições ocidentais. Apesar da censura interna pela qual as produções são submetidas, longas-metragens como O silêncio (Mohsen Makhmalbaf) e A Cor do Paraíso (Majid Majidi) ainda encantam o público.


Mohsen Makhmalbaf, cineasta iraniano (Foto: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro)
De acordo com Alessandra Meleiro, em seu livro O Novo Cinema Iraniano - Arte e Intervenção Social, as temáticas mais abordadas nas produções iranianas são  relacionadas à sua realidade social. Os filmes, ainda, demonstram certa pureza e inocência na abordagem de determinadas questões, visto que grande parte deles são voltados para a formação de crianças e jovens.

Capa do livro de Alessandra Meleiro (Foto: germinaliteratura.com.br)
No entanto, algumas das obras que retratam mazelas sociais e fazem denúncia a problemas pertinentes no Irã não recebem autorização do governo para exibição interna. Elas são, porém, levadas a outros países e instigam os apreciadores da cinematografia a conhecer mais sobre a história iraniana. Um exemplo disso é o filme O Círculo, do cineasta Jafar Panahi, que trata-se de uma denúncia contra os preconceitos sofridos pela mulher no Irã e aborda a temática da prostituição.

Dessa forma, o Espaço MultArt sugere alguns títulos de produções desse país que tiveram impacto internacional e também foram exibidas no ocidente.  A sugestão é válida para todos que gostam de cinema, boas histórias e que têm curiosidade a respeito da realidade iraniana. Confira:


O silêncio (Mohsen Makhmalbaf):

 - "A história de um garoto cego que vive em uma vila do Tajiquistão e trabalha como afinador para um velho fabricante de instrumentos. Pressionado por ameaças constantes de despejo, o garoto tenta conseguir dinheiro para salvar a moradia da família, porém, sua audição sensível transcreve o conflito para um universo sonoro-poético que o faz descobrir o mundo e a si mesmo".


O Círculo (Jafar Panahi):
- Fala sobre a realidade das mulheres iranianas e a questão polêmica da prostituição no país.



Kandahar (Mohsen Makhmalbaf):
 - O filme foi o primeiro   a documentar a realidade do Afeganistão durante o regime dos talibãs.




Ten (Abbas Kiarostami): 
 - Conta a história de Mania Akbari, uma mulher divorciada que cria seu filho com dificuldades. Em seu carro, dá carona à pessoas que contam suas histórias.



O Balão Branco (Jafar Panahi):
 - "A pequena Razieh começa a descobrir que o mundo fora de seu quintal não é tão maravilhoso. A menina sai de casa para comprar um peixinho dourado para as comemorações do ano novo iraniano, mas passa apertos para conseguir seu objetivo. Ela ainda encontra adultos mal intencionados. "

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