Com tantas mudanças e tantas variações
no subgênero sertanejo, ele nem mais aparenta o estilo rústico do passado
Por Natália Medeiros
Quando
ouvimos o termo “música sertaneja”, o que logo
vem à cabeça é uma dupla com uma viola e um acordeom cantando músicas
melancólicas. Esse estilo musical é marcado pela melodia simples e pode até ser
um pouco dançante, semelhante à música caipira.
Em
algumas perspectivas do âmbito musical, a música caipira e a música sertaneja,
são gêneros diferentes. Isso porque o primeiro seria feito por homens
verdadeiros do campo e seria autenticamente a canção rústica, ou “Sertanejo
Raiz”. Já o sertanejo de hoje, seria uma “urbanização” do anterior, produto de
consumo dos centros comerciais e nem sempre vindo de pessoas do campo.
Desde
1910, os caipiras (moradores interioranos principalmente de São Paulo, Minas
Gerais, Paraná, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Tocantins)
utilizavam instrumentos típicos da roça, como a viola, e formavam duplas para
cantar, especialmente em suas festas locais. Após 1929, o estilo começou a
tornar-se mais romântico e mais parecido com o que conhecemos hoje.
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(Foto: Portal Armazém do Músico) |
A
explosão da Jovem Guarda, na década de 1960, trouxe consigo um dos maiores
cantores de música sertaneja do Brasil. Sérgio Reis, com mais de 50 discos
gravados, foi um marco na história desse gênero. Com suas canções apegadas ao
estilo tradicional, ele revolucionou o sertanejo e o deixou com um repertório
mais diversificado.
No
entanto, seu auge foi na década de 1980, com a explosão dos sucessos
Chitãozinho & Xororó e Leandro & Leonardo, que as portas da mídia se
abriram para a música sertaneja. As músicas, já mais voltadas para os temas
amor e traição, ganharam mais espaço nas rádios e destaque no Brasil. E foi em
1991 que Zezé Di Camargo e Luciano, lançaram seu primeiro disco. “É o amor”
logo fez sucesso em todo o país, atraindo mais público para esse subgênero
musical.
Contudo,
mesmo com a popularização desse estilo, o aparecimento de outros gêneros
musicais fez com que ele ficasse um pouco de “escanteio” durante alguns anos.
Mas na década de 2000 surgiu o fenômeno do sertanejo universitário,
conquistando novamente os palcos e o povo brasileiro (visto que é um ritmo
existente apenas aqui). Guilherme &
Santiago, Jorge & Mateus, Victor & Leo,
Fernando &
Sorocaba, Luan Santana,
Bruno & Marrone, entre outros, são alguns
representantes desse novo estilo musical, que de “caipira” anda um pouquinho
longe.